![Imagem de destaque da notícia](https://linharesdigital.com.br/hf-conteudo/uploads/posts/2024/06/2488_0d611002ff6459e34ff583b0265d0869.jpg)
As recentes derrotas sofridas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional levaram a um aumento do ceticismo de analistas políticos em relação à capacidade de o Palácio do Planalto fazer avançarem suas pautas no parlamento.
É o que mostra a 56ª edição do Barômetro do Poder, levantamento feito mensalmente pelo InfoMoney com consultorias e analistas independentes sobre alguns dos principais temas em discussão na cena política nacional.
O estudo, realizado entre os dias 11 e 17 junho, mostra que apenas 18% dos especialistas consultados consideram “alta” a capacidade de o governo federal aprovar proposições no Poder Legislativo. Trata-se do pior resultado em um ano. Quatro meses atrás, o mesmo grupo representava 75% da amostra.
No mesmo período, o grupo de analistas políticos que veem a atual administração enfraquecida no parlamento saltou de 0% para 36%. Já os que avaliam a força do governo em fazer valer sua pauta legislativa somaram 45% dos entrevistados. Em uma escala de 1 (“muito baixa”) a 5 (“muito alta”), a média das respostas sobre a força do Palácio do Planalto nas duas Casas ficou em 2,82.
![](https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Barometro2406A.png?quality=70&strip=all)
“O governo vai ao Congresso como um time brasileiro de futebol se prepara para jogar contra um adversário na altitude: o empate já é um bom resultado”, disse um analista político que participou do levantamento.
“Apesar de a relação entre governo e Congresso estar em momento de desgaste, a tendência é que se tenha algum tipo de acomodação caso Lula realmente se engaje mais na articulação. Porém, vemos com ceticismo esta disposição do presidente, porque não é a primeira vez que essa promessa é feita após reveses do governo no Congresso”, pontuou outro especialista.
![](https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Barometro2406B.png?quality=70&strip=all)
O Barômetro do Poder também mostra que 55% dos analistas políticos consideram “ruim” a relação entre Executivo e Legislativo â um mês atrás, o grupo somava 17%. Já os que consideram “boa” oscilou positivamente 1 ponto percentual, para 18%, ao passo que aqueles que classificam como “regular”, despencaram de 67% para 27%.
A maioria dos especialistas consultados (64%) espera que o relacionamento se mantenha no atual patamar pelos próximos 6 meses. Os que vislumbram espaço para piora somam 27%, enquanto 9% acreditam em melhora de interação.
![](https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Barometro2406C.png?quality=70&strip=all)
“Entendo que as dificuldades de governabilidade (especialmente fiscais) vão iniciar uma onda de críticas do Planalto contra o Congresso”, disse um analista político.
O levantamento mostrou, ainda, que, dividindo a Câmara dos Deputados em três grandes grupos (alinhados ao governo, de oposição e incertos), a média das projeções para a base aliada ficou em 220 parlamentares â o que corresponde a 43% de todos os assentos na casa legislativa. O número supera em 5 a média das últimas duas edições. As estimativas, no entanto, apresentaram alta dispersão: de 171 a 300 â em um claro sinal de quão instável o governismo é percebido entre os especialistas consultados.
![](https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Barometro2406D.png?quality=70&strip=all)
“O apoio ao governo no Congresso depende da pauta. Em questões econômicas, o governo tem apoio majoritário. Em questões relacionada a costumes, meio ambiente e segurança pública, governo é francamente minoritário”, ponderou outro especialista.
Já a média das respostas para a oposição ficou em 135, com variação de 103 a 175. Enquanto os incertos ficaram em 158, com variação de 100 a 183.
O quadro é similar no Senado Federal, onde a média das estimativas para a base aliada ficou em 35 parlamentares â o que também corresponde a 43% de todos os assentos. As respostas, porém, foram de 30 a 50 senadores. No caso da oposição, a média ficou em 25 (com uma dispersão de 20 a 30 parlamentares), ao passo que os incertos somaram 21 (em um conjunto de respostas que variou de 9 a 26).
![](https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Barometro2406E.png?quality=70&strip=all)
Metodologia
Esta edição do Barômetro do Poder ouviu 7 consultorias políticas – Ágora Assuntos Políticos; I3P Risco Político; MCM/LCA Consultores; Medley Global Advisors; Patri Políticas Públicas; Prospectiva Consultoria; Warren Rena – e 4 analistas independentes – Antonio Lavareda (Ipespe); Carlos Melo (Insper); Rogério Schmitt (Espaço Democrático) e Thomas Traumann (Traumann Consultoria).
Os questionários são aplicados por meio eletrônico. Conforme combinado previamente com os participantes, os resultados são divulgados apenas de forma agregada, sendo mantido o anonimato das respostas.
Fonte: Infomoney