O número de mortos num tumulto numa congregação religiosa hindu no norte da Índia aumentou para 121, disseram as autoridades nesta quarta-feira (3), enquanto um relatório policial afirmava que o número de pessoas presentes na celebração era mais do que o triplo da capacidade permitida.
A debandada de terça-feira (2) ocorreu na vila de Phulrai Mughal Garhi, no distrito de Hathras, no estado de Uttar Pradesh, cerca de 200 quilômetros a sudeste de Nova Délhi, onde cerca de 250 mil pessoas se reuniram, apesar de ter sido dada permissão para apenas 80 mil, de acordo com o primeiro relatório de informações da polícia.
Pelo menos 121 pessoas morreram e 31 ficaram feridas, segundo as autoridades estaduais, sendo que entre os mortos estão 112 mulheres e sete crianças.
No hospital distrital de Hathras, para onde várias vítimas foram levadas, os médicos disseram à Reuters que a maioria das mortes ocorreu por asfixia.
“Os feridos são menos porque… se você for pego em uma debandada, os ferimentos serão principalmente fraturas, arranhões ou dores no corpo, então a maioria das pessoas se levantou e foi embora”, disse Neeta Jain, médica responsável pela ala de emergência do hospital.
As autoridades descreveram uma cena de caos total quando o pregador da congregação, Surajpal, também conhecido como ‘Bhole Baba’, estava saindo em seu carro.
Milhares de devotos gritaram e correram em direção ao carro, esmagando outros que ainda estavam sentados na multidão, segundo o documento. Algumas pessoas também caíram em um campo adjacente de lama e foram pisoteadas.
Numa carta ao administrador distrital, vista pela Reuters, um oficial subalterno que estava presente no evento descreveu cenas semelhantes, afirmando que a comoção começou quando os devotos que corriam em direção ao veículo do pregador foram parados por sua equipe, com muitos caindo no chão no briga.
Alguns devotos correram para campos abertos próximos para escapar da debandada, mas escorregaram e caíram no caminho do resto da multidão, afirmava o relatório policial.
A mídia local disse que o evento foi organizado por um grupo de devotos, mas não identificou ninguém. A agência de notícias ANI, na qual a Reuters tem participação minoritária, disse que a polícia estava tentando apurar o paradeiro do pregador.
Autoridades policiais em Hathras não estavam imediatamente disponíveis para comentar.
Uma das pessoas que morreu foi Ruby, 30 anos, que viajou mais de 300 km para frequentar a congregação com seu pai, Chedilal.
“Ouvi gritos terríveis de mulheres (durante a debandada) e havia corpos empilhados no chão perto da saída. Fiquei com medo, fugi e comecei a ligar para minha filha”, disse Chedilal à Reuters.
Depois de uma noite angustiante visitando diferentes hospitais para localizar sua filha, Chedilal disse que finalmente encontrou o corpo dela no hospital distrital de Hathras pela manhã.
O local do evento, em meio a arrozais próximos a uma rodovia movimentada, estava repleto de resíduos e parcialmente inundado após as chuvas na manhã desta quarta-feira.
Fonte: CNN - Brasil
