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A natureza era muito diferente antes dos humanos começarem a domesticar os animais. E aqui estamos falando de cães e gatos, mas também de vacas e outros bichos que fazem parte das engrenagens da nossa sociedade. Segundo um novo estudo, este processo de domesticação causou uma série de efeitos colaterais nos animais.
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Animais domesticados são mais dóceis
- Pesquisadores afirmam que os porcos domesticados, por exemplo, têm cérebros 35% menores do que os javalis.
- Isso se deve ao que é chamado síndrome da domesticação.
- Uma das principais características deste fenômeno é a maior docilidade.
- Especialistas explicam que os nossos ancestrais observaram quais animais pareciam mais dóceis e mais fáceis de serem controlados.
- A forma como eles foram criados, através de gerações, provocou uma mudança na anatomia do cérebro dos bichos.
- O estudo foi publicado na revista Royal Publishing Society.
Mudanças também acontecem em várias partes do corpo
De acordo com o estudo, esta docilidade característica é resultado do encolhimento de regiões específicas dos cérebros dos animais domesticados. Uma das áreas afetadas é responsável pelo monitoramento de perigos ambientais, ou seja, a resposta em situações de risco.
Os pesquisadores afirmam que estes animais são mais propensos a reagir menos agressivamente a uma ameaça em potencial, não se importando em rolar e realizar truques para se alimentar.
Mudanças acontecem também em outras partes do corpo. Cabras, ovelhas, vacas, porcos, cães e coelhos têm orelhas caídas, focinhos mais curtos, pelos mais claros e padrões de cores manchados. Estas mudanças morfológicas acontecem em 100% da linhagem de animais domesticados, que passam estas características para as próximas gerações por meio dos genes.
Um outro estudo, de 2014, apresentou uma teoria de que a existência de um conjunto específico de células chamadas "células da crista neural" influenciam o desenvolvimento de todas as características de cada animal domesticado, incluindo a mansidão.
Durante o desenvolvimento do animal no útero, as células da crista neural "viajam" para os ouvidos e formam a cartilagem, a pele para criar cor e o nariz para aumentar o comprimento, chegando a se instalar até nos rins para induzir a produção de adrenalina, responsável por alimentar a resposta de lutar ou fugir. A baixa quantidade de células desse tipo é o fator responsável por transformar um lobo em um cachorrinho dócil, por exemplo.
Fonte: Olhar Digital